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Diz o início da Bíblia que foi Adão que deu nomes a todos os animais e a todas as coisas. Como tinha poder sobre eles, pelos vistos tinha também o direito de lhes dar um nome. Nunca tinha pensado nisto, que dar um nome a algo ou a alguém de certo modo faz com que esse algo ou alguém nos pertença.
No meu caso, não me lembro de alguma vez ter dado um nome a nada. Em casa tivémos pássaros, mas nem me lembro se tinham nomes (não fui eu a dar-lhes, como é óbvio). Tive um hamster, chamei-lhe na altura Dão (influenciada pela família, que fazia a piadinha do Hamster-Dão...), mas na verdade nunca o tratei muito pelo nome, nem eu nem ninguém. Inventávamos outros que íamos usando conforme as circunstâncias. Os meus bonecos também acho que não tinham nomes. O meu boneco preferido era uma espécie de nenuco, mas um pouco maior. O nome dele? Bebé careca! E por aqui ficou a minha originalidade.
Quem me diz agora que tenho de dar um nome a uma criança?? É das coisas mais estranhas que há. Todas as pessoas que conheço já têm um nome e ele é para mim um dado adquirido. Nunca conheci ninguém a quem tivesse de dar um nome, alguém que de facto não tivesse nome. Agora isso está prestes a acontecer é faz-me alguma confusão. É muito simples: escolhemos um nome e pronto. Só que depois não o podemos mudar. Não vou poder mudar de ideias depois de uns meses porque de repente achei que aquele nome não se adequava. Bem, para já, o nome já o tenho. Vamos é ver se se adecua à pessoa. Acho que os bebés já deviam vir com uma etiqueta a dizer o nome. Porque acho que qualquer nome que eu escolha nunca vai ser perfeito.

This entry was posted on terça-feira, 18 de março de 2008 at 14:04. You can skip to the end and leave a response.