Sobre o post em baixo

Não sou sindicalista, nem ‘reivindicalista’, nem outras coisas acabadas em ista. Mas relativamente a este assunto não sou capaz de ficar calada (sinto-me até 'obrigada' a falar mais alto).

Na minha opinião não é restringindo a liberdade à vida que vamos resolver alguns problemas da nossa sociedade, vamos no entanto criar outros (e bastante piores na minha opinião).

O ‘sim’ apresenta as suas razões (aqui relato apenas algumas, aquelas que até à data tenho conhecimento):
- As mulheres sofrem com as condições precárias que o aborto ilegal oferece. Algumas chegam mesmo a morrer desnecessariamente.
- Os médicos recusam-se a fazer abortos ilegais porque podem colocar a sua profissão (e até a liberdade) em causa.
- É uma maldade a mulher ser tratada como criminosa, porque afinal é ela quem deve mandar no seu próprio corpo.
- E se os pais não tiverem condições para ter os filhos? Vão dar-lhe uma má vida?

E eu sou livre para as questionar...
- Então e a quantidade de crianças que passará a morrer desnecessariamente?
- Então e o Juramento de Hipócrates?
“Ao ser admitido como membro da profissão médica, juro solenemente consagrar a minha vida ao serviço da Humanidade. Guardarei o respeito e o reconhecimento que são devidos aos meus mestres. Considerarei a saúde do meu doente como meu primeiro cuidado. Respeitarei o segredo que me for confiado. Manterei por todos os meios ao meu alcance, a honra e as nobres tradições da profissão médica. Os meus colegas serão meus irmãos. Não permitirei que considerações de religião, nacionalidade, raça, política ou condição social se entreponham entre o meu dever e o meu doente. Guardarei respeito absoluto pela vida humana desde o início, mesmo sob ameaça. Não farei uso dos meus conhecimentos contra as leis da humanidade. Faço este juramento solenemente, livremente e pela minha honra.”
- Acho que todas as mulheres (tal como todos os homens) devem ser ‘donos’ do seu próprio corpo e fazer o que bem entendem com ele. Mas não devem nunca interferir com o corpo dos outros (mesmo aqueles que crescem dentro de algumas de nós). Se eu matar outra pessoa ainda é crime não é? Mesmo sendo mulher, certo? Então, posso matar um ser muito indefeso que é totalmente dependente de mim porque sou mulher e tenho o meu corpo, mas não posso matar outros que vagueiam pelas ruas como eu?
- Gostavam que vos tivesse sido negada a possibilidade de viver? Todos os dias tenho batalhas para travar, uns dias mais difíceis outros dias menos, alguns dias venço, outros não. Nunca quis desistir e nunca perdi a vontade de viver. Se me tivesse sido negada essa possibilidade...
Ah, e gostaria que me definissem condições. É que conheço um filho de uma senhora com grandes restrições económicas, com um nível de educação baixo, com uma habitação precária... muito feliz e amigo da sua mãe... Ah, e este filho também tem uma deficiência. Não que este seja o ponto que interessa salientar. Conheço mais casos mas seria exaustivo repetir-me várias vezes.

Tal como disse não sou de tomar partidos e defendê-los a todo o custo, mas este ponto é particularmente sensível para mim.
Não me interpretem mal, pretendo apenas partilhar a minha opinião neste espaço e agradeço que não me rotulem como aquela que é contra. Sou muito mais que isso. Graças às decisões inteligentes da minha mãe sou uma pessoa!
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10:44 da manhã
Posted by Blogger mvs

Como acho que já es percebeu, tens o meu voto. Sinceramente, mais do que remediar, há que prevenir e investir no apoio à maternidade. Só um país ridículo como o nosso, com uma taxa de natalidade cada vez menor, acha que é mais importante eliminar vidas do que ajudar os q têm poucos recursos, seja com subsídios, com a criação de mais creches e jardins de infância públicos e todo o tipo de associações de assistência às mães solteiras, carenciadas, etc. Não acho mesmo q seja esta a melhor forma de resolver os nossos problemas. É mais uma espécie de tapar buracos, até ao dia em que a barragem rebenta.
E, já agora, porque não voltar a implantar a pena de morte?    



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