É grave!
Hoje almocei comigo. Não foi sozinha, foi comigo! Às vezes apetece-me almoçar só comigo.
Pus-me a caminho do Saldanha. Precisava de ir buscar uma coisa a uma loja e aproveitei para almoçar.
Quando me sentei percebi que, para além de almoçar comigo, e porque as mesas estão todas juntinhas, ia almoçar com outras pessoas também. Levei uma revista que estava aqui no escritório. Muito mázinha, mas lá chegaremos.
Pus-me a caminho do Saldanha. Precisava de ir buscar uma coisa a uma loja e aproveitei para almoçar.
Quando me sentei percebi que, para além de almoçar comigo, e porque as mesas estão todas juntinhas, ia almoçar com outras pessoas também. Levei uma revista que estava aqui no escritório. Muito mázinha, mas lá chegaremos.
Ora estava eu a tentar perceber se os cogumelos e rebentos de soja já estavam suportáveis ou se iam queimar a língua quando ouço da mesa do lado:
- Não posso vir almoçar aqui todos os dias, ou vou engordar.
Primeira observação, esta frase foi dita por um homem. Segunda observação, o prato do senhor tinha comida suficiente para me alimentar durante uma semana e ainda sobrava... Estiquei o olhar até ao prato da acompanhante (que parecia mais experiente na coisa) e reparei que também ela, com aquele único prato, era capaz de acabar com a fome na África subsaariana. Fiquei visivelmente impressionada e com vontade de estudar aqueles dois, qual documentário do National Geographic. Até que ela, e é por isso que digo que me parece que ela é mais experiente nestas andanças, tirou uns comprimidos da carteira proferindo:
- Isto é para ajudar à digestão, senão vou ficar enfartada!
Tive vontade de rir, engoli o riso, voltei ao meu singelo prato de cogumelos e à minha revista.
- Não posso vir almoçar aqui todos os dias, ou vou engordar.
Primeira observação, esta frase foi dita por um homem. Segunda observação, o prato do senhor tinha comida suficiente para me alimentar durante uma semana e ainda sobrava... Estiquei o olhar até ao prato da acompanhante (que parecia mais experiente na coisa) e reparei que também ela, com aquele único prato, era capaz de acabar com a fome na África subsaariana. Fiquei visivelmente impressionada e com vontade de estudar aqueles dois, qual documentário do National Geographic. Até que ela, e é por isso que digo que me parece que ela é mais experiente nestas andanças, tirou uns comprimidos da carteira proferindo:
- Isto é para ajudar à digestão, senão vou ficar enfartada!
Tive vontade de rir, engoli o riso, voltei ao meu singelo prato de cogumelos e à minha revista.
A revista deixa muito a desejar. Parece ter sido escrita à pressão, porque tem que ser, não porque haja algo novo a dizer.
Numa das páginas podia ler-se “Em breve, Victoria Beckhman pode engravidar”. Que grande revelação. Eu também posso engravidar em breve. A maior parte das mulheres podem engravidar em breve. Onde é que está a notícia aqui?! Mas eu continuei a ler e fiquei a saber que o comportamento dela denuncia que está a tentar engravidar do marido. Ainda bem que me esclarecem que é do marido, estava a ficar preocupada.
Os disparates continuam, mas os tabuleiros dos vizinhos do lado são muito mais apelativos. Eles estão a começar a perceber aquilo que eu compreendi ao primeiro vislumbre, que é impossível um ser humano consumir aquela quantidade de comida numa única refeição. Numa semana, talvez. Numa única refeição, impossível! E então qual é a solução? Ir pondo de lado e cuspindo o que não se quer (embora me pareça estranho que não querendo se tenham servido daquilo tudo). Normalmente pomos de lado o que não vamos comer no próprio prato. Apesar da refeição ir já a mais de meio os pratos continuam cheios, obrigando-os a pôr de lado no tabuleiro. E assim foi crescendo uma enorme muralha naqueles tabuleiros.
Já a perder o apetite volto à revista: a Christina Aguilera junta-se aos clube das grávidas famosas e a Katie Holmes pode estar grávida de novo, ou isso, ou almoçou o mesmo que os meus colegas de mesa. Não, não estou a ler a Pais e Filhos! Adiante.
Os disparates continuam, mas os tabuleiros dos vizinhos do lado são muito mais apelativos. Eles estão a começar a perceber aquilo que eu compreendi ao primeiro vislumbre, que é impossível um ser humano consumir aquela quantidade de comida numa única refeição. Numa semana, talvez. Numa única refeição, impossível! E então qual é a solução? Ir pondo de lado e cuspindo o que não se quer (embora me pareça estranho que não querendo se tenham servido daquilo tudo). Normalmente pomos de lado o que não vamos comer no próprio prato. Apesar da refeição ir já a mais de meio os pratos continuam cheios, obrigando-os a pôr de lado no tabuleiro. E assim foi crescendo uma enorme muralha naqueles tabuleiros.
Já a perder o apetite volto à revista: a Christina Aguilera junta-se aos clube das grávidas famosas e a Katie Holmes pode estar grávida de novo, ou isso, ou almoçou o mesmo que os meus colegas de mesa. Não, não estou a ler a Pais e Filhos! Adiante.
Fico a saber que os fãs do Hóquei em Portugal são quase escassos. Mas não vejo onde está o problema. Se fossem escassos era grave, agora quase escassos... Coitados dos jornalistas que escrevem para esta revista.
Vou a virar a página e vejo uma faca na ponta do meu nariz. Vinha dos compinchas de repasto. Olho indignada na direcção deles. Olhar de, mas-o-que vem-a-ser-isto, que faço aos sobrinhos quando se portam mal. Ah, afinal a senhora estava apenas a apontar numa direcção, só por si um gesto bonito, o facto de ter uma faca na mão e o meu nariz pela frente são apenas acessórios. Consigo constatar que os pratos estão meio cheios ainda e os tabuleiros transbordam comida! Nunca achei que fosse possível um ser humano fazer tal javardice, nem o meu sobrinho de 9 meses, que recentemente aprendeu o quanto é engraçado fazer brrrrr com os lábios quando se tem a boca cheia de sopa, consegue um cenário destes.
Volto à revista mas dou graças pela minha educação e comedimento que me impedem de fazer tristes figuras.
Já para a semana acaba a 3ª temporada do House. E uma coluna inteira para dizer isso. Isso e que o House é arrogante, anarquista e tempestuoso e salva os seus pacientes muitas vezes ‘in-extremis’. Devo ter perdido algum episódio, porque nunca o vi salvar ninguém que estivesse mais para cá do que para lá!
Já para a semana acaba a 3ª temporada do House. E uma coluna inteira para dizer isso. Isso e que o House é arrogante, anarquista e tempestuoso e salva os seus pacientes muitas vezes ‘in-extremis’. Devo ter perdido algum episódio, porque nunca o vi salvar ninguém que estivesse mais para cá do que para lá!
Acaba-se o almoço. Arrumo a revista. Levanto-me evitando olhar para o campo de batalha do lado e saio de fininho. Tenho tempo ainda de passar na dita loja e volto livre, leve e solta e a marcar mais um almoço para a próxima semana que isto é programa a repetir!
Posted by mvs
Isto mais parece um filme! Mas que raio de revistas andas tu a ler?? Lol... E esses teus dois companheiros de mesa... ó faxavor! Vá-se lá perceber!
4:07 da tarde
Posted by MCF
Era a revista de sexta-feira do DN. Está uma pessoa um post inteiro a tentar não pôr o guizo ao gato e depois vem um comment e é isto...
Qual filme qual quê, isto é a vida real, minha amiga... Do mais real que há!
5:00 da tarde
Posted by mvs
Estou chocada... pensei que fosse uma revista manhosa tipo Lux Woman ou algo do estilo... afinal...
5:23 da tarde
Posted by MCF
Não estás a perceber a revista é manhosa, o jornal é que parece que não é, mas já duvido de tudo...
(isto é quase conversa em tempo real... Oba! Oba!)
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