Na vossa ausência
O Stra foi de férias. Não foi todo, só parte (três das quatro partes para ser precisa).
À quarta, como se não bastasse ficar no deserto que Lisboa se transforma em Agosto, com o ponto positivo da ausência de trânsito e os negativos das também ausências de amigos e programas divertidos, ainda lhe corre mal a vida.
Desempenha o trabalho de três pessoas (ou talvez até quatro dependendo da perspectiva), é a faxineira da casa que habita agora sozinha (que a empregada foi de férias, claro está) e 'toma conta' das duas avós que por cá vão ficando (somando entre as duas um total de 177 anos). Tem que lidar diariamente com uma praga de formigas que ataca por onde menos se espera. As manias da máquina de lavar a roupa, já para não falar das manias do Sr. Jerónimo. As suas próprias manias, agora atrofiadas dentro de si mesma, que não vale a pena verbalizar sabendo que não há ouvidos por perto. A torneira do lavatório que pinga fazendo-se ouvir no deserto do Sahara, o autoclismo que está a querer fazer companhia à torneira do lavatório. Os vinte mails por dia a dizer, a C. (que trabalha contigo) sabe disto assim assim, e tu? podes ver, por favor, isto não pode esperar por segunda-feira. A família, que embora longe, liga vinte vezes por dia a pedir para trazer isto e aquilo que se esqueceram de levar para férias, ou a perguntar se já conseguiu comprar o presente que todos querem dar à mãe mas ninguém se esforça porque afinal, a que ainda não foi de férias pode resolver.
Hoje, esta quarta que vos fala, atingiu o limite do possível. Hoje foi o dia em que teve que substituir o pneu sobresselente do carro no sol tórrido das 14h de uma tarde de Agosto desta Lisboa abandonada.
Orgulhosa e fiel aos princípios femininos desempenhou o trabalho com brio, e a ajuda de um simpático homem...
À quarta, como se não bastasse ficar no deserto que Lisboa se transforma em Agosto, com o ponto positivo da ausência de trânsito e os negativos das também ausências de amigos e programas divertidos, ainda lhe corre mal a vida.
Desempenha o trabalho de três pessoas (ou talvez até quatro dependendo da perspectiva), é a faxineira da casa que habita agora sozinha (que a empregada foi de férias, claro está) e 'toma conta' das duas avós que por cá vão ficando (somando entre as duas um total de 177 anos). Tem que lidar diariamente com uma praga de formigas que ataca por onde menos se espera. As manias da máquina de lavar a roupa, já para não falar das manias do Sr. Jerónimo. As suas próprias manias, agora atrofiadas dentro de si mesma, que não vale a pena verbalizar sabendo que não há ouvidos por perto. A torneira do lavatório que pinga fazendo-se ouvir no deserto do Sahara, o autoclismo que está a querer fazer companhia à torneira do lavatório. Os vinte mails por dia a dizer, a C. (que trabalha contigo) sabe disto assim assim, e tu? podes ver, por favor, isto não pode esperar por segunda-feira. A família, que embora longe, liga vinte vezes por dia a pedir para trazer isto e aquilo que se esqueceram de levar para férias, ou a perguntar se já conseguiu comprar o presente que todos querem dar à mãe mas ninguém se esforça porque afinal, a que ainda não foi de férias pode resolver.
Hoje, esta quarta que vos fala, atingiu o limite do possível. Hoje foi o dia em que teve que substituir o pneu sobresselente do carro no sol tórrido das 14h de uma tarde de Agosto desta Lisboa abandonada.
Orgulhosa e fiel aos princípios femininos desempenhou o trabalho com brio, e a ajuda de um simpático homem...